quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Dias 16, 17 e 18.

 Ainda muito quente, chuvas bem rápidas.

Vivendo a minha rotina de férias. Por enquanto, não muito prazerosa. Ainda não pude comemorar a formatura, enfim...

Na terça fui ao Shopping Iguatemi e passei na Saraiva. Li o livro “Confissões de um turista profissional – tudo o que você queria saber sobre viagens e que os guias jamais vão contar”, de Kiko Nogueira. Na verdade o objetivo da minha ida foi para pegar um cineminha, mas como cheguei cedo e minha sessão só começaria duas horas depois, não ia ficar de braços cruzados esperando.

Eu pensei assim: ao invés de gastar dinheiro com uma cerimônia de formatura, com todas as pompas e tal, prefiro gastar em uma viagem mais demorada, um programa muito mais interessante. Pretendo viajar nas próximas semanas... E logo chegará o dia em que vou mochilar por todo o Brasil e América do Sul. Por isso, sempre vou à seção de turismo aprender tudo que posso com quem já fez, buscar experiências, opiniões e dicas, para facilitar minha vida e me dar a possibilidade de aprender mais nos lugares onde estiver.


R$ 15,90
Editora Novo Conceito
96 Páginas


Gostei do livro, Kiko fala de uma maneira mais íntima, dá sua opinião livre, sem as amarras de um guia turístico, onde tudo é belo e, de certa forma, abre os olhos de marinheiros de primeira viagem para determinados lugares. Tudo isso enriquece a experiência de estar em um lugar novo, nos deixa mais próximo da realidade, nos faz refletir sobre determinadas particularidades, como por exemplo:


[...]

Os americanos do Brasil

O que querem os turistas de São Paulo?



Os turistas americanos são vítimas de um tipo de preconceito difundido mundo afora. Eles são, segundo crê muita gente, arrogantes; mal-educados; brancos demais; altos demais; monoglotas demais; eles vestem bermuda e camisa florida; elas usam tênis e tailleurs. Às vezes, encarregam-se de confirmar essa ideia. Via de regra, é um estereótipo. E nós pensamos, quando eles se acomodam ao nosso lado, naquele café em Paris, naquela igreja na Espanha ou naquele bar em Los Angeles: por que eles são assim? E a resposta imediata, dita ou não em voz alta: porque eles são ricos.

Como diz o dramaturgo George Bernard Shaw, as classificações cruas e as falsas generalizações são a maldição da vida organizada. Ok. Mas me ocorre um paralelo com outro personagem, que exerce um papel parecido, só que no Brasil: o paulista. Quem já não viu um paulista, naquele restaurante em Salvador, reclamar que o serviço está lento? Ou aparecer naquele boteco do Rio de Janeiro e começar uma conversa, em voz alta, sobre a relação entre a decadência do velho balneário e o fato de os cariocas não saírem da praia? Ou ligar para a recepção da pousada, reclamando em altos brados, porque aquele suco de açaí, pedido 15 minutos antes, não chegou ao quarto. Uma vez eu ouvi um sujeito dizer: “Sabe com quem você está falando? Com a locomotiva do Brasil! Na minha terra não tem disso, não”.

O paulista carrega dentro de si a responsabilidade inata de pertencer ao Estado mais rico do país. O lugar onde ninguém tem tempo para outra coisa que não o trabalho. E onde tudo funciona (sei...). Descemos do avião no timing do trânsito no rush, ainda com a reunião na cabeça — e uma tremenda culpa na consciência, diga-se. A garçonete demorou a nos atender? Em São Paulo, isso não aconteceria. O vendedor de coco não tem troco? Em São Paulo, isso não aconteceria. O tempo está fechado e o mar está sujo? Em São Paulo, isso não aconteceria.


Para quem está recebendo os paulistas, fica aquela pergunta: por que eles são assim? A resposta: porque nós somos ricos. Os paulistas estão para o Brasil como os americanos para o mundo.

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No cinema assistir Sherlock Homes 2 – O jogo das Sombras, de Guy Ritchie. Manteve a qualidade do primeiro, adorei. E com Robert Downey Jr no papel principal, não seria diferente... Um dos meus atores favoritos.

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