"A Águia e a Galinha"
Esse vai para a lista dos livros que mais gostei. E fico muito feliz por ser de um brasilerio. E não podia ter vindo em hora melhor. Vou ter que rele-lo, para que ele enraíze dentro de mim. Uma lição continua, um modo de vida, e vai de encontro ao que resolvi fazer, sentir, viver. Experiências. Tanto físicas, quanto psíquicas, quanto espirituais. Como vou escrever muitas vezes sobre esse livro e sobre tantos outros do mesmo nível, no decorrer da minha vida, vou contar-lhes a história que é contada dês do início do livro, e o percorre até o final, utilizando Midraxe, com o apoio da ciência, da espiritualidade, do intelecto, do mistério, do místico, do profundo, do livre, do preso, os opostos, o amor, a vida...
Essa história foi narrada por James Aggrey.
“O contexto é o seguinte: em meados de 125, James havia participado de uma reunião de lideranças populares na qual se discutíamos caminhos da liberdade do domínio colonial inglês. As opiniões se dividiam.
James Aggrey, como fino educador, acompanhava atentamente cada intervenção. Num dado momento, porém, viu que líderes importantes apoiavam a causa inglesa. Faziam letra morta de toda a história passada e renunciavam ao sonho de libertação. Ergueu a mão então e pediu a palavra. Com grande calma, própria de um sábio, e com certa solenidade, contou a seguinte histórias:
“Era uma vez um camponês que foi a floresta apanhar um pássaro para mante-lo cativo em sua casa. Conseguiu pegar um filhote de Águia. Colocou-o no galinheiro junto com as galinhas. Embora a águia fosse o rei/rainha de todos os pássaros.
Depois de cinco anos, este homem recebeu em sua casa a visita de um naturalista. Enquanto passeavam pelo jardim, disse o naturalista:
-Esse pássaro aí não é uma galinha. É uma águia.
-De fato – disse o camponês. É águia. Mas eu a criei como galinha. Ela não é mais uma águia. Transformou-se em galinha como as outras, apesar das asas de quase três metros de extensão.
-Não – retrucou o naturalista. Ela é e será sempre uma águia. Pois tem um coração de águia. Este coração a fará um dia voar às alturas.
-Não, não – insistiu o camponês. Ela virou galinha e jamais voará como águia.
- Então decidiram fazer uma prova. O naturalista tomou a águia, ergueu-a bem alto e desafiado-a disse:
-Já que você de fato é uma águia, já que você pertence ao céu e não a terra, então abra suas asas e voe!
A águia pousou sobre o braço estendido do naturalista. Olhava distraidamente ao redor. Viu as galinhas lá de baixou ciscando os grãos. E pulou para junto delas.
O Camponês comentou:
-Eu lhe disse ela virou uma simples galinha!
-Não tornou a insistir o naturalista. Ela é uma águia. E uma águia sempre será uma águia. Vamos experimentar novamente amanhã.
No dia seguinte, o naturalista subiu com a águia no teto da casa. Sussurrou-lhe:
-Águia, já que você é uma águia, abra suas asas e voe!
Mas quando a águia viu lá em baixo as galinhas, ciscando o chão, pulou e foi para junto delas.
O camponês sorriu e voltou à carga:
-Eu lhe havia dito, ela virou galinha!
- Não – respondeu firmamento o naturalista. Ela é águia, possuirá sempre um coração de águia. Vamos experimentar ainda uma última vez. Amanhã farei ela voar.
No dia seguinte, o naturalista e o camponês levantaram bem cedo. Pegaram a águia, levaram-na para fora da cidade, longe das casas dos homens, no ato de uma montanha. O sol nascente dourava os picos das montanhas.
O naturalista ergueu a águia para o alto e ordenou-lhe;
- Águia, já que você é uma águia, já que você pertence ao céu e não à terra ,abra suas asas e voe!
A águia olhou ao redor. Tremia como se experimentasse nova vida. Mas não voou. Então o naturalista segurou-a firmemente, bem na direção do sol, para que seus olhos pudessem encher-se da claridade solar e da vastidão do horizonte.
Nesse momento, ela abriu sua potentes asas grasnou com o típico Kau Kau das águias e ergueu-se, soberana, sobre si mesma. E começou a voar, a voar para o alto, voar cada vez mais alto. Voou... Voou... até confundir-se com o azul do firmamento.”
E Aggrey terminou conclamando:
“-Irmãos e irmãs, meus compatriotas! Nós fomos criados é imagem e semelhança de Deu! Mas ouve pessoas que nos fizeram pensar sobre galinhas. E muitos de nós ainda acham que somos efetivamente galinhas. Mas nós somos águias. Jamais nos contentemos com os grãos que nos jogarem aos pés para ciscar.””
Do livro
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